Listão do Clube | 12 Filmes de Super-Heróis
Faltando uma semana para o lançamento do que promete ser a maior reunião de super-heróis já feita no cinema, Vingadores: Guerra Infinita, o Clube da Poltrona intimou seus membros a escolherem seus filmes de “super” favoritos. Não foi fácil entrar num acordo e muito menos escolher apenas dois, mas no fim de tudo conseguimos uma lista no mínimo interessante.
A ordem da lista não segue nenhuma lógica ligada diretamente aos filmes e sim a ordem alfabética dos nomes dos autores dos textos.
Com a palavra, o Clube da Poltrona:
1 – Logan, de James Mangold
Logan coloca o universo baseado em HQ de forma diferente. James Mangold trata deste personagem com um olhar intimista e sério. É tempo de sombras. 2029 nos reserva a dissolução social e o declínio dos mutantes. O que resta diante da insegurança e de um clima de desesperança? Com muita ação, mas com clima soturno, o centro de atuação é nas cicatrizes e melancolia do velho mutante, embrutecido pelo tempo. Hugh Jackman cria seu personagem com inteligência, somadas as atuações de Dafne Keen (a X23 com habilidades semelhantes) e Patrick Stewart como um moribundo Charles Xavier. Mangold exibe as garras desse ser animalesco sem pudores, definitivamente.
2 – The Avengers: Os Vingadores, de Joss Wheedon
Não há como negar a euforia em torno de The Avengers: Os Vingadores. Lançado em 2012, é um filme bem planejado no Marvel Cinematic Universe (MCU) que, ao colocar vários heróis em integração e linha de cena, abriu o leque para maior investimento neste segmento. Joss Whedon adiciona humor, ironia, além de manter a verve divertida dos quadrinhos, potencializando o universo com sequências bem ágeis. O elenco coloca o filme no patamar de atuações sólidas em um formato da categoria de super-herói.
O antagonista interpretado por Tom Hiddleston (seu Loki é icônico!), concentra toda a típica caricatura de vilanesco perfeito para um conflito contra heróis a favor da defesa da Terra. O roteiro é habilidoso em colocar os heróis em campo de batalha — o terço final é um dos momentos mais brilhantes em termos de ação em equipe! Inteligente em respeitar as individualidades de cada personagem, é recheado de gags e sacadas que uma boa embalagem da Marvel sabe fazer. Coroou a primeira fase do seu universo cinematográfico com êxito.
Por Cristiano Contreiras
3 – Homem-Aranha 2, de Sam Raimi
A estreia do Homem-Aranha nos cinemas em 2002 pedia uma continuação à altura. Dois anos depois, o diretor Sam Raimi entregou a sequência que se tornaria a melhor da franquia inteira. Homem-Aranha 2 acredita em sua história da mesma maneira que os leitores dos quadrinhos acreditam e se identificam. É simples e especial a percepção de que ser o Homem-Aranha é um fardo para Peter Parker; e de que ele não esteja disposto a suportar essa barra. Belos efeitos especiais e cenas de ação, dignas de um bom filme de super-herói. Em filmes menores desse categoria, geralmente ficamos animados com as cenas de ação e deixamos passar os diálogos, pois se tornam indiferentes. Aqui, ambos permanecem vivos, e o diálogo é sobre emoção, amor, valores, e menos de explicações maiores sobre o inexplicável. Homem-Aranha 2 é um filme real, dinâmico e inteligente que reúne qualidades suficientes para agradar a todos os públicos.
4 – Mulher-Maravilha, de Patty Jenkins
Mulher-Maravilha chegou com uma leveza e ironia que nenhum de seus antecessores da DCEU conseguiram fazer. E ainda apresenta a crise filosófica de uma heroína tentando encontrar sua individualidade. A humanidade realmente merece heróis? Esse é um dos temas mais explorados nos filmes da DCEU, mas a diretora Patty Jenkins e o roteirista Allan Heinberg, conseguiram explorar essa questão com uma humanidade que faltava nos filmes anteriores da franquia. Diana questiona seu lugar no mundo, mas não sua identidade. Isso faz toda a diferença na história. Heróis como Batman e Superman se perguntaram sobre o significado de heroísmo. Mulher-Maravilha respondeu de forma definitiva.
Por Elaine Timm
5 – Os Incríveis, de Brad Bird
A única animação da lista — e o único não adaptado de um quadrinho — não poderia ser outra se não Os Incríveis, uma verdadeira obra-prima dos estúdios Pixar. O filme apresenta um mundo onde super-heróis são comuns no dia a dia das pessoas, mas devido a um incidente envolvendo o Sr. Incrível, os “super” passam a ser proibidos. O exímio trabalho de animação e as grandes sequências de ação não seriam nada sem o roteiro, também escrito por Brad Bird, que é criativo, dinâmico e emocionante. O longa traz questões que vão desde o âmbito das relações familiares até a ideia de satisfação pessoal enquanto adulto, além da trama fantástica que aos poucos ganha o ar de urgência necessário para nos manter vidrados do início ao fim.
6 – X-Men 2, de Bryan Singer
O segundo filme da franquia X-Men se dedica muito mais aos seus personagens do que a ação, se tornando um dos mais brilhantes filmes de equipe de super-heróis. Aqui, consequências do primeiro filme ainda geram conflitos, o passado dos personagens volta a assombrá-los e as diferenças têm que ser postas de lado a fim de destruir um inimigo em comum. Além de contar com uma quantidade impressionante de cenas que se tornaram marcantes, o subtexto sobre a intolerância, fortemente presente nos quadrinhos e desenhos animados, ganha o seu ápice nesse longa dirigido por Bryan Singer.
Por Evandro Lira
7 – Batman Begins, de Christopher Nolan
Depois de os anos 90 terem transformado o maior detetive da DC Comics em chacota, a Warner tomou coragem em um projeto bastante ambicioso e chamou Christopher Nolan — na época um diretor em plena ascensão — que ficou responsável em tocar o projeto para frente. O britânico não só tirou o herói da lama como reinventou o gênero de filmes de super-heróis e trouxe o personagem para um universo mais realista e sombrio, tornando o homem morcego mais crível, o que fez com que nossa identificação fosse imediata. Dilemas sobre justiça, vingança e medo são pertinentes durante todos os seus 140 minutos de duração. E vamos ser sinceros, quem não queria ter um Tumbler na garagem?!
8 – Superman, de Richard Donner
Richard Donner é, até hoje, considerado o diretor cinematográfico que mais entendeu a essência do Superman nas telonas; a justiça, o amor, a compaixão que ele nos transmite é tudo que qualquer fã do herói sempre se inspirou e queria ver sendo personificado em tela. Ele trabalha a construção do kryptoniano desde as raízes em seu planeta natal e isso faz com que nos apeguemos ainda mais ao herói, entendendo que seus valores louváveis já vêm de outra galáxia. O tom cômico, que é bastante presente nos antagonistas, é utilizado até hoje em vários filmes da categoria. É provável que essa seja a obra mais inspiradora para a avalanche de filmes de super seres que temos hoje em dia.
Por Ítalo Passos
9 – O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan
O que pode ser dito de um filme que foi amplamente comentado, discutido e adorado? O Cavaleiro das Trevas (não colocar “Batman” no título e utilizar seu codinome, só prova a fama mundial que o personagem possui) entra para a história dos filmes de super-heróis por arrecadar mais de 1 bilhão de dólares nas bilheterias e conseguir um Oscar de atuação – conseguindo abocanhar, também, o prêmio de edição de som, além de 6 indicações.
Se em Batman Begins Nolan tira o longo gosto amargo que os espectadores experimentaram em Batman & Robin (1997) com uma abordagem mais realista e sombria do protagonista, a continuação adquire um tom maior típico de continuações, mas que consegue ser independente e com camadas intensamente mais delineadas. A ultrapassagem de seu próprio subgênero é uma consequência natural, principalmente pela estupenda atuação de Heath Ledger, que consegue extrair toda a loucura de um personagem anárquico que expõe a fragilidade de uma sociedade que flerta com o caos a qualquer sinal de desequilíbrio.
10 – Guardiões da Galáxia, de James Gunn
O Universo Cinematográfico Marvel é conhecido por usar pontualmente, seja em qualquer filme, o humor. Entretanto, foi com Guardiões da Galáxia que o humor finalmente foi usado como ferramenta para mover a narrativa e não apenas como simples alívio cômico.
Como se não bastasse, James Gunn (diretor e roteirista) escolhe a dedo ótimas canções de grandes artistas e grupos (David Bowie, The Jackson 5, Marvin Gaye e por aí vai) como forma de desenvolver seu protagonista de maneira orgânica e humana — atingindo seu ápice numa emocionante cena em que sua mãe lhe deixa (fazendo alusão a uma espécie de testamento) uma fita cassete contendo outras grandes músicas. Rocket Raccoon merece estar entre os grandes personagens deste universo, como também o filme merece ter reconhecimento justamente por ser irreverente e abraçar o absurdo das situações presenciadas.
Por Jonatas Rueda
11 – Deadpool, de Tim Miller
Da leva mais recente de filmes de super-heróis, Deadpool foi provavelmente o primeiro no qual os realizadores sentaram a mão de verdade no humor sarcástico e na violência (verbal e física) mais crua, tanto que a classificação do filme afastou a criançada e os pré-adolescentes das salas — um público bastante comum nos longas de adaptações de quadrinhos. O resultado dessa ousadia da Fox, na verdade, foi muito feliz: vemos um Ryan Reynolds bem à vontade na pele de Wade Wilson em uma produção que mostra detalhadamente a origem do Deadpool, levando à tela toda a irreverência e acidez tão próprias do personagem. Dá pra rolar de rir e curtir muito as cenas de ação. E a continuação vem aí!
12 – Kick-Ass: Quebrando Tudo, de Matthew Vaughn
Fora do circuito mais mainstream de heróis da Marvel e da DC está Kick-Ass, um adolescente fã de quadrinhos que simplesmente decide virar um super-herói. Originalmente publicado pela Icon, uma linha editorial da Marvel, esse “herói” despretensioso acabou dando origem a um filme bem divertido, com boas doses de ironia e bastante ação. Destaque para o elenco que juntou Aaron Taylor-Johnson, Nicolas Cage e Chloë Grace Moretz — esta última, aliás, uma escolha acertadíssima para dar vida à Hit-Girl. Apesar da pouca idade dos personagens centrais, o diretor Matthew Vaughn não economizou em termos de violência e fez um longa bem visceral, que não deixa a desejar para quem quer um filme com cenas de ação de fazer perder o fôlego.
Por Roseana Marinho