Listão do Clube | Os melhores filmes com Robert De Niro

 

Que Robert De Niro é considerado um dos maiores atores da história do cinema não é novidade para ninguém. Foi pelo início dos anos 70 que ele deu o pontapé inicial na sua carreira, trabalhando ao lado de cineastas como Brian de Palma, Francis Ford Coppola e com aquele que viria a ser seu parceiro de longa data, Martin Scorsese.

Com sete indicações ao Oscar e dois na prateleira, o ator se mantêm na ativa até hoje, e no mês em que completa 75 anos, o Clube da Poltrona intimou seus membros a escolherem seus filmes favoritos estrelados pelo ator. O resultado você confere abaixo:

 

1. O Despertar de Um Homem (1993)

De Niro assumiu as vestes do vilão familiar neste retrato dramático, baseado na vida do escritor Tobias Wolf, no filme dirigido por Michael Caton-Jones. Na década de 1950, Caroline (Ellen Barkin) tenta se estabelecer em Seattle, junto com seu filho (Leonardo DiCaprio). Ao se apaixonar e casar com Dwight (De Niro) que sua vida muda por completo. De respeitável mecânico de automóveis e cavalheiro, ele se transfigura em um homem que antagoniza a vida da mulher e do enteado. Uma natureza até então desconhecida.

O ator acentua o tom em maneirismos para compor um homem agressivo, uma atuação nervosa de um ser que abusa emocional e fisicamente do enteado e tolhe a esposa de todas as formas. Uma representação de homem machista e preconceituoso, que utiliza da violência como forma de autoridade. Uma de suas maiores interpretações da carreira.

Por Cristiano Contreiras

2. Taxi Driver: Motorista de Táxi (1976)

Aqui, De Niro tem uma das atuações mais brilhantes da carreira, pois o seu personagem tem diversas camadas e seu trabalho de transformação é crucial para que isso dê certo. Sendo um homem deslocado socialmente, não sabendo lidar com os padrões em que as pessoas levam suas vidas — isso fica evidente quando ele chama uma moça para o cinema e a leva para ver um filme pornô. Ao sofrer de insônia, resolve trabalhar como taxista à noite; na vida noturna, entendemos cada vez mais Travis, mostrando uma força absurda para conseguir viver em sociedade, mas ainda com seu lado frágil, cheio de preconceitos e traumas.

3. O Poderoso Chefão: Parte 2 (1974)

Vito Corleone ficou marcado na pele de Marlon Brando da forma mais perfeita possível e De Niro tinha uma tarefa dificílima aqui: dar vida ao mesmo personagem, só que mais novo. De Niro estudou durante vários meses todas as cenas de Brando no papel, e começou a aplicar seus estudos em sua atuação. Obviamente, com o talento que tem, De Niro entregou um trabalho perfeito, mostrando bem a escalada até Vito se transformar em Don Vito.

A proteção à família, a vingança, os valores que aquele personagem levou aos ensinamentos dos filhos. Tudo é entregue de forma brilhante por De Niro, e nos faz entender melhor o porquê do personagem evitar ao máximo o sangue, já que sua ascensão só pôde vir por este meio.

Por Ítalo Passos

4. Tempo de Despertar (1990)

Ao lado do saudoso Robin Williams, De Niro interpreta a história escrita pelo Dr. Oliver Sacks que, entre 1969 e 1972, despertou alguns enfermos que viviam em estado letárgico no hospital onde trabalhava em Nova York. Vivendo o “paciente zero” do experimento, Leonard Lowe, o ator nos presenteia com uma performance emocionante, que rendeu a ele uma indicação ao Oscar.

O filme de 1990 evoca uma discussão sobre humanidade em hospitais, experiências farmacológicas, liberdade e, principalmente, o poder das relações de amor e carinho que desenvolvemos. Aqui, a atuação de De Niro é daquelas de encher o coração de emoção e os olhos de lágrimas, mostrando a jornada de Lowe após despertar do estado catatônico em que vivia há anos e redescobrir-se (ou descobrir-se pela primeira vez) enquanto homem, amigo e pessoa.

Por Roseana Marinho

5. Fogo Contra Fogo (1995)

A obra-prima de Michael Mann marca o primeiro embate cênico dos lendários Robert De Niro e Al Pacino. Apesar de compartilharem apenas duas cenas (uma no meio e outra no final), isso é o suficiente para deixar o espectador ciente do que ambos estão arriscando por estarem naquela situação perigosa — e não deixa de ser uma genial ironia o fato de que um quase destrói a vida conjugal enquanto o outro tenta construir uma.

Fogo Contra Fogo é uma obra de extrema importância para o gênero por saber construir o jogo de “gato e rato” (através de uma montagem que vai do cauteloso ao frenético); realizar uma mise-en-scène impecável, por situar todos os personagens numa lógica geográfica coerente; não tornar gratuita ou banalizar a ação; ter atores que defendam a proposta de forma natural; além de sabiamente inserir sons secos e reais para as armas de fogo.

Não é por acaso que é um filme venerado e influente para futuros cineastas, incluindo o britânico Christopher Nolan com seu Batman: O Cavaleiro das Trevas.

Por Jonatas Rueda

6. O Rei da Comédia (1982)

Nesse filme de Martin Scorsese, De Niro vive um aspirante à comédia que é tão obcecado que chega a sequestrar o seu ídolo — vivido por Jerry Lewis — a fim de se apresentar num programa de TV.

De Niro imprime diversas facetas no personagem, mas jamais permite que o espectador antipatize com ele. Mesmo que algumas situações acabem sendo engraçadas, O Rei da Comédia não deixa de ser um retrato triste de um homem que acredita cegamente no seu talento, mas que sofre com a rejeição de todos os lados, evidenciando algumas consequências da cultura do show business.

7. Os Bons Companheiros (1990)

Um dos melhores filmes de máfia de todos os tempos não poderia ser outro senão Os Bons Companheiros, que marcava a sexta parceria de De Niro e Scorsese. O ator deu vida a Jimmy, um dos cabeças da gangue da Família Lucchesi, responsável por diversos roubos e assassinatos em Nova York.

O longa imediatamente se tornou marcante por mostrar o universo dos gângsteres de maneira que ninguém nunca viu. Seu humor scorsesiano mesclado à violência crua são um prato cheio para entender o grande labirinto de confiança e intrigas que pairava sobre a vida daqueles personagens assustadoramente reais.

Por Evandro Lira

8. Coração Satânico (1987)

Coração Satânico é um filme emblemático. Alan Parker estava no auge da criatividade e resolveu adaptar o livro escrito por Willian Hjortsberg. Com as devidas liberdades criativas, o diretor enalteceu o clima noir, misturado à magia negra e o clima da Louisiana, repleto de mistérios, blues e cultura negra. O sobrenatural ficou em segundo plano. O misterioso Louis Cyphre, interpretado por De Niro, é uma espécie de guia para o protagonista Harry Angel. De visual sofisticado e intimidador, o personagem vai aos poucos tornando-se mais ameaçador e, quando revela o seu propósito, é de deixar os espectadores de cabelo em pé.

A famigerada cena em que Louis come um ovo explicando sobre a alma do ser humano é aterrorizante quando percebemos o sentido. Um dos papéis mais assustadores de De Niro, sem precisar fazer perversidades, apenas usando o olhar e frases enigmáticas e macabras.

Por Ibertson Medeiros

9. Entrando Numa Fria (2000)

Nem só de papéis dramáticos vive o homem. Nessa comédia pastelão, De Niro é o pai ciumento, adestrador de gatos e ex agente da CIA, que faz de tudo para atazanar a vida do genro Greg (Ben Stiller). Embora esteja bem distante do seu estilo fílmico, sua presença em cena consegue fazer a comédia clichê parecer genuína e merecida. O personagem é bem marcante, cheio de tiques e caretas; rabugento, mas zeloso; o típico sogro implicante. Claro que a proposta pede que De Niro não fuja muito de sua fama de durão, por isso, o envolvimento com questões políticas/policiais. A sequência desse, Entrando Numa Fria Maior Ainda, esse sim, nem ele conseguiu salvar.

10. O Lado Bom da Vida (2012)

Segundo a produtora Donna Gigliotti, o filme não existiria sem Robert De Niro, mesmo ele sendo um personagem secundário. O personagem é um fã fervoroso de futebol americano com hábitos obsessivos-compulsivos quando se trata de torcer por seu amado time. Quando o filho, interpretado por Bradley Cooper, volta para casa depois de um tempo em uma instituição para doentes mentais, ele não sabe como ou se pode ajudá-lo. Essa relação entre pai e filho é determinante na história e mostra o brilhantismo de De Niro que se destaca no longa, mesmo não sendo o protagonista.

Por Elaine Timm

 

 

 

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Evandro Lira

Evandro gosta tanto de filmes que escolheu a opção Cinema e Audiovisual no vestibular, e hoje cursa na UFPE. Em constante contato com a cultura pop, se divide entre as salas de cinema, as aulas sobre Eiseinsten, xingar muito no Twitter e a colaborar com o Clube da Poltrona.

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