Listão do Clube | 10 filmes massacrados pela crítica que a gente gosta
Dizem que sou louco, por eu ter um gosto assim…
Todo mundo tem aquele filme que adora mas que é sempre difícil defender nas rodinhas de cinéfilos. E como o Clube da Poltrona adora arranjar tarefa difícil para seus membros, decidiu intimá-los a defender alguns filmes que por muitos são considerados cinema de pior qualidade. Será que você compra esses argumentos? Será que tem filme na lista que é mesmo indefensável ou você considera a presença na lista justa? Você confere abaixo 10 filmes ruins que são bons.
1. + Velozes + Furiosos (2003)
Após o sucesso do primeiro filme, a continuação veio, mas sem Vin Diesel. Com o carisma de Paul Walker e um plot batido, o segundo filme da franquia pode parecer bobo, mas é uma baita diversão. Muitas corridas de carro absurdas, personagens carismáticos, uma subtrama quase de espionagem. Um pouco de tudo que qualquer jovem da época que gostava quando jogava games de carros e personaliza-los. Aliás, ainda hoje me diverte bastante.
Por Ítalo Passos
2. Showbar (2000)
No maior estilo Nasce uma Estrela do Paraguai, Show Bar conta a velha história da garota do interior que vai em busca da fama na cidade grande, mas tem vergonha de cantar as próprias composições. Ao longo do filme, descobrimos que Violet (Piper Perabo), realmente, não precisava cantar suas canções porque elas eram, de fato, bem ruins. Mas quem se deixa envolver pela atmosfera, acaba cantando junto, mesmo que isso cause vergonha em si mesmo. Garotas dançantes no balcão de um bar; uma chefe durona; cenas cafonas com o namorado e um roteiro previsível justificam o massacre sofrido pela crítica especializada. Entretanto, existe algo de confortável em acompanhar a aventura da caipira na grande metrópole, e isso o torna um guilty pleasure dos bons.
3. Um Presente para Helen (2004)
Para os chorões e choronas de plantão, esse clichê em forma de filme mostra a transformação de uma tia baladeira e independente, tutora dos três sobrinhos. Como se não bastasse, uma mãe doente, uma criança fofinha e uma adolescente chata, a querida Helen (Kate Hudson), que se apaixona por um pastor, (risos).
E, para se tornar uma figura maternal, a jovem precisa mudar o estilo de vida. Larga as biritas e se torna um exemplo saudável para a criançada. É cafona? É. Mas a luta dessa moça é louvável de se assistir e pode arrancar algumas lágrimas daqueles mais sensíveis. O clássico guilty pleasure para assistir com lencinhos de papel e um potão de sorvete.
Por Elaine Timm
4. Apenas Deus Perdoa (2013)
Após ganhar o prêmio de melhor direção em Cannes pelo maravilhoso Drive, as expectativas em torno do dinamarquês Nicolas Winding Refn eram gigantescas. Apesar de ser inferior ao seu antecessor, o diretor e roteirista tem espaço para (novamente) apresentar uma atmosfera silenciosa combinada com uma simétrica e belíssima fotografia. Além de expor com eficiência seus simbolismos, incluindo a ligação do fato do protagonista olhar constantemente para suas mãos com um acontecimento trágico de seu passado.
E o ritual final (uma forma de castigo e, ao mesmo tempo, de perdão) não poderia ser mais claro sobre quem é o “Deus” do título.
5. Speed Racer (2008)
Mesmo que tenha sido amplamente detonado pela crítica e um fracasso de bilheteria, se tornou uma obra mais bem aceita pelo público ao longo dos anos.
Sendo uma adaptação direta e fiel da série animada japonesa, Lana Wachoswki e Lilly Wachoswki, após a investida no último capítulo da trilogia Matrix, conseguem ser extremamente psicodélicas, tornando o filme em algo estilizado e cartunesco — sendo impossível não mencionar a leveza e jovialidade da narrativa, os adoráveis personagens, as empolgantes e insanas corridas, além da quebra convencional da forma de montagem. Divertidíssimo!
Por Jonatas Rueda
6. O Homem Sem Sombra (2000)
Paul Verhoeven divertiu as plateias em 2000 ao colocar Kevin Bacon como um cientista que faz experiências com animais para torná-los invisíveis. E não é que o feitiço volta contra o feiticeiro?
Quando decide se tornar cobaia num experimento, para ser o primeiro humano a vivenciar a invisibilidade, ele não esperava que os efeitos seriam trágicos e irreversíveis. Com a participação de Elisabeth Shue e Josh Broslin, o ritmo ágil que mistura ação e situações de suspense eletrizantes, além de efeitos visuais convincentes (indicados ao Oscar), tornam esse trabalho um entretenimento divertido. Inclusive, a fita fez um notável sucesso nos cinemas.
Por Cristiano Contreiras
7. Jumanji (1995)
Se você foi um fiel espectador das tardes da Globo nos anos 2000, em algum momento se imaginou jogando Jumanji. A história do jogo de tabuleiro que transporta você do mundo real para uma aventura perigosa na selva foi um sucesso e é lembrada até hoje, ganhando até continuação mais de 20 anos depois. No entanto, a crítica especializada nunca morreu de amores pelo longa.
Ainda que tenha a mensagem fabulesca sobre família e o escape da realidade, o foco é nos obstáculos oferecidos pelo jogo misterioso. No maior estilo clássico do filme de aventura, Jumanji tem todos os elementos ideais para agradar seu público. Muitos efeitos visuais – ainda que datados -, ação, comédia, jovens atores carismáticos (Bradley Pierce e Kirsten Dunst) e a figura lendária de Robin Williams.
8. Efeito Borboleta (2004)
Efeito Borboleta é um dos filmes mais subestimados dos anos 2000. Demora um pouco para sermos apresentados ao cerne principal do longa porque ele constrói com cuidado toda a infância e adolescência estranha do protagonista, que sofre com apagões na memória. Se até aqui já é intrigante o suficiente, as coisas ficam ainda mais perturbadoras e envolventes quando encontramos Evan adulto (Ashton Kutcher) aprendendo a lidar com uma habilidade inexplicável: a de alterar o tempo voltando às suas memórias “apagadas”. A cada nova mudança e retorno ao presente, a vida de Evan o coloca numa situação pior que a outra e toda sua angústia assola para fora da tela.
Sua narrativa fluída nos conduz e nos faz torcer pelo personagem até os minutos finais do longa, que acaba aberto o bastante para gerar certa insatisfação no público. Efeito Borboleta é ambicioso em sua proposta, um thriller que, aliado ao melodrama, se converte numa experiência cinematográfica devastadora.
Por Evandro Lira
9. Caçadores de Mentes (2004)
Inusitado filme dirigido por Renny Harlin que, embora a crítica tenha detestado, prende a atenção com sua trama que envolve um grupo de especialistas do FBI, em profundo treinamento a fim de construir perfis de serial killers. Ao serem enviados para uma ilha militar, feita para as práticas de reconhecimento, um a um do grupo começa a morrer em simulações. Treinados para reconhecer um assassino, um deles ali pode ser o criminoso e o filme entretém nesse aspecto. Um suspense subestimado, com alguns plot twists como de costume nesse tipo de obra.
10. A Casa da Colina (1999)
Bons tempos que existia a Dark Castle Entertainment, espécie de Blumhouse especializada em filmes de terror lucrativos. E o primeiro longa da produtora foi justamente A Casa da Colina, remake de A Casa dos Maus Espíritos, de 1959. Tinha um bom elenco e tenho boas lembranças do clima sinistro do local onde se passa e algumas cenas de pesadelo contidas no longa. Enfim, o filme ficou vivo na mente por conta de algumas sequências perturbadoras. Não sei se resistiria ao teste do tempo, mas fato é que o filme iniciou bons outros trabalhos da produtora, como 13 Fantasmas, Navio Fantasma, dentre outros.
Por Ibertson Medeiros