Séries | Game of Thrones – S08E02: A Knight of the Seven Kingdoms
Mais uma semana se aproxima do fim da série Game of Thrones. E os tempos de calmaria acabaram em Winterfell. O episódio anterior e esse, A Knight of the Seven Kingdoms, ambos dirigidos por David Nutter, serviram para reencontros e para mostrar momentos mais íntimos dos personagens antes da batalha final.
O episódio começa com Jaime Lannister sendo interrogado por Daenerys diante dos que ali estão. Daenerys fala o quanto esperava o dia em que o assassino do seu pai aparecesse e o que fariam com ele. O regicida, como Jaime é conhecido, fica extremamente acuado e aguardava só o pior. Principalmente quando a promessa é quebrada, de que a Companhia Dourada de Essos viria para ajudar na batalha contra os White Walkers. E Jaime chega lá de mãos vazias, provando que foi enganado pela irmã Cersei, assim como Tyrion fora também.
E o pior é que Tyrion foi nomeado como mão de Daenerys e, com a notícia, a rainha dos dragões fica irritada ao saber que foram manipulados por Cersei. Brienne de Tarth, que não tinha aparecido devidamente na temporada, ressurge para defender Jaime e diz que ele é honrado, que merece a confiança. O coro é entoado quando Sansa diz que confia em Brienne a própria vida e decide dar uma chance ao Lannister. Sem ter o que fazer, Daenerys pede a opinião de Jon Snow, o qual diz apenas que toda ajuda é bem-vinda. Interessante o comentário de Bran em relação à Jaime, quando disse: “O que não fazemos por amor?”. Bran, que ficara paraplégico depois que Jaime fora pego no flagra transando com a irmã Cersei na primeira temporada. O mundo em Westeros dá voltas mesmo.
O núcleo, então, parte para um dos mais interessantes do episódio: Arya com Gendry. No episódio passado, Arya pediu ao ferreiro para criar uma arma pra ela (uma espécia de lança) e essa parte é retomada aqui. Gendry diz o quanto é perigosa a batalha por vir, os White Walkers são verdadeiros pesadelos, mas a Stark apenas diz que quer a arma e mostra sua perícia com facas, ao atirar três delas uma perto da outra, para impressionar Gendry. E quem diria que a moça mais à frente no episódio iria desnudar-se diante do filho bastardo de Baratheon e perder a virgindade, ante uma guerra em que todos podem morrer? Não perde tempo mesmo, Arya!
Os Lannisters, apesar de detestados, têm nas figuras de Jaime e Tyrion verdadeiros amigos em Winterfell, como provam as defesas de Brienne e depois de Jorah em relação ao anão. O fiel escudeiro de Daenerys defende Tyrion após a irritação em relação à mentira de Cersei.
A conversa entre Sansa e Daenerys também foi outro ponto positivo do episódio. Há um entendimento agridoce entre elas, quando a Khaleesi diz que ama Jon Snow, que foi pra lá por amor e surge até aquela piadinha de “O outro era mais alto”, em relação ao homem anterior dela, Khal Drogo. Não são diálogos brilhantes, mas divertem e são espontâneos, diante da tensão que paira no ar. Diferente das baboseiras do episódio anterior, típica de “Sessão da Tarde”. Mas o clima amistoso logo acaba quando Sansa questiona o que vai acontecer quando Daenerys sentar no trono de ferro após a guerra. “E o Norte? O que vai acontecer”?
Theon chega em Winterfell, assim como a Patrulha da Noite, após os ataques na Última Lareira dos Umbers. Tormund é o alívio cômico do episódio e as “indiretas-diretas” que ele dá à Brienne são hilárias, como já demonstrava anteriormente. A história que ele conta quando estão reunidos, sobre o leite de giganta ajuda a quebrar o clima de tensão.
Um aspecto interessante do episódio é quando Bran diz que o Rei da Noite tem como desejo o Stark. A marca que fora deixada em seu braço é como se fosse uma bússola que guiará os mortos-vivos até o local. Bran é a única memória existente e o Rei da Noite deseja acabar com isso.
O episódio se encaminha com clima de despedida. Quando reunidos, Podrick canta uma canção bonita, em que a montagem no episódio mostra um pouco de cada personagem; a calmaria antes da tempestade. E em outro dos melhores momentos, Jaime Lannister nomeia Brienne de Tarth como Cavaleira dos Sete Reinos, daí o nome do episódio. Muito bonita a cena, assim como a da tal canção.
Por falar em Jaime, de longe ele é o maior destaque do episódio e um dos melhores personagens. Sua mudança foi tamanha. Antes detestável, hoje honrado e sensato, conquistando aos poucos a confiança dos presentes. A jornada de redenção do personagem é muito rica. Diferente da perda da inocência de Arya, como já fora retratado na série inteira e aqui tem o sexo como símbolo, Jaime é bem mais complexo, vem de uma família em que é conhecida pelas falsidades e ele tenta desconstruir isso nessas últimas temporadas. Ótima atuação de Nikolaj Coster-Waldau.
Jon Snow, finalmente, conta à Daenerys, em uma rápida passagem, a verdade sobre a sua origem, que na verdade ele é um Targaryen. Mas a rainha não acredita muito, apesar de ficar surpresa. As despedidas antes da batalha mostram Sam Tarly entregando a espada Veneno de Coração de sua família à Jorah, Verme Cinzento compartilhando desejos com a amada Missandei e Arya conversando com o Cão de Caça Clegane. Quero ver só quando Brienne de Tarth o reencontrá-lo. O núcleo de Euron, Cersei e Bronn são esquecidos no momento, mas o cliffhanger do episódio já mostra que a batalha vai começar, quando os mortos-vivos chegam à Winterfell. A partir do próximo, os episódios terão duração maior, com mais de 1 hora e 20 minutos, com batalhas épicas. A partir de agora não vai mais ter esse clima amigável. E o final se aproxima. Um ótimo episódio, mais “humano” diante das monstruosidades que chegam mais perto.
Nota: ★★★★✰