Primeira Maratona Netflix | Megarromântico
Quem nunca viu uma dramédia ou uma comédia romântica e pensou: “nossa, esse personagem poderia ser eu!”, ou “parece que escreveram sobre a minha vida!”. Seja uma busca de se encontrar no amor (com outra pessoa ou amor próprio), ou entender quem realmente é, fica fácil se identificar com os recortes de vida de personagens (em suas devidas proporções) que estão em uma jornada de autoaceitação ou autoconhecimento. Afinal, todo mundo passa por esse momento na vida, cedo, tarde — ou constantemente.
A Netflix é um dos selos que mais vem aproveitando esse nicho e, felizmente, algumas das produções são até boas surpresas (ainda que não sejam perfeitas). Outras, nem tanto.
O tema da nossa Primeira Maratona Netflix é “Se aceita, mig@!”. Vamos falar sobre algumas comédias românticas e dramédias recentes da plataforma, todo sábado. Vamos começar?
Megarromântico
Direção: Todd Strauss-Schulson
Roteiro: Erin Cardillo, Dana Fox, Katie Silberman
Elenco: Rebel Wilson, Adam Devine, Liam Hemsworth, Priyanka Chopra, Betty Gilpin
O primeiro passo da maratona conta a história de uma moça normal, fora dos padrões e sem aquela cara de capa de revista, que é uma profissional dedicada e uma pessoa que acaba colocando as necessidades dos outros em primeiro lugar; já foi uma garotinha cheia de sonhos românticos, mas deixou todos eles de lado graças a uma mãe desiludida.
Apesar de tentar se desvincular de clichês, parece que o panorama inicial de Megarromântico não é tão diferente assim… exceto pelo fato de que a mocinha aqui é fora dos padrões de verdade, e não uma mulher com cara de estrela de cinema usando roupas desfavoráveis, o cabelo estranho e zero maquiagem — o que seria basicamente qualquer uma de nós ao acordar — sendo enfiada por nossa goela abaixo como o “patinho feio”.
Nossa protagonista, Natalie (Rebel Wilson), tira até sarro de sua amiga do trabalho Whitney (Betty Gilpin) por ela assistir a tantos filmes água com açúcar. Até que a própria Nat se vê em uma vida cercada de todos os clichês das histórias de romance. Seria uma maldição?
Em um diálogo entre as duas amigas, Nat ataca todos os pontos das fórmulas de comédias românticas, enquanto Whit defende os filmes. A questão é que ambas trazem argumentos contundentes. Sim, há machismo e ideias fantasiosas em muitas destas fitas e a falta de diversidade é algo que não pode ser desconsiderado. Mas, ao mesmo tempo, são filmes que trazem boas emoções, como amor, esperança, e retiram a gente da realidade dura do dia a dia.
É de apertar o coração entender que o que mais incomoda Nat em sua “nova realidade” é ser tratada como alguém especial quando ela tem certeza que não é. Ela se afastou tanto de sua persona sonhadora que acabou deixando de lado também a sua autoestima. Sonhos alimentam e acalmam nosso ser, nosso coração. Ajudam a cuidar da gente; e acreditar em algo é parte de acreditar em si.