Listão do Clube | … e 7 games que viraram filmes

 

O cinema sempre correu atrás de materiais que pudessem servir como fontes para novas histórias nas telonas. Mas nas últimas décadas, os estúdios se viram em diversas tentativas frustradas de adaptar alguns video games populares, fazendo surgir até uma lenda que se propaga até hoje, de que filmes baseados em jogos nunca dão certo.

No nosso Listão do Clube desse mês, viemos mostrar que há algum fundamento nessa história ao mesmo tempo que provamos que dá sim para aproveitar alguns dessas obras. Puxa a poltrona e boa leitura!

 

Mortal Kombat (1995) 

Mortal Kombat sempre se manteve popular desde sua existência polêmica, em que games de luta não continham violência gráfica. Essa característica transformou o jogo em uma franquia de sucesso que, inclusive, teve um novo lançamento esse ano: Mortal Kombat 11, para a atual geração de consoles e computador. 

Em 1995, Paul W. S. Anderson dirigiu uma adaptação que fez a alegria de muita gente, embora obviamente possua diversos defeitos. O diretor, que mais tarde se especializaria em adaptações de jogos para o cinema como Resident Evil, entregou um filme honesto  e acredito que ainda é uma das melhores adaptações de um game para as telonas. Os personagens estão bem caracterizados, existem lutas bem coreografadas e uma ambientação chamativa, características que deixaram os fãs felizes com o resultado. Além da trilha sonora famosíssima, que fez muita gurizada “brincar de luta” nos anos 1990 e que teve a música-tema utilizada em diversas outras ocasiões. 

Por Ibertson Medeiros 

***

Lara CroftTomb Raider (2001) 

Baseado no jogo dos anos 1990, o filme Lara CroftTomb Raider conta a história da sexy arqueóloga que busca o Triângulo da Luz, uma relíquia que pode intervir no tempo e espaço. Essa perseguição, no entanto, é abordada de forma rasa, deixando todo o destaque da produção para a atriz escolhida para interpretar Lara CroftAngelina Jolie, no auge de seus vinte e poucos anos. A caracterização até ficou próxima da personagem principal do game; no entanto, detalhes como o falso sotaque britânico fazem os espectadores mais críticos tremerem ainda mais na poltrona.  

As cenas de ação são razoáveis e conseguem entreter, porém o drama passa correndo até mesmo quando o roteiro tenta aproveitar que Jolie é filha de Jon Voight, intérprete de Lord Richard Croft. Se a expectativa é desligar o cérebro e rir de alguns absurdos, o filme pode ser até divertido.  

Por Naty Lippo

***

Resident Evil: O Hóspede Maldito (2002) 

Estamos acostumados a ouvir que adaptações de games sempre são ruins, que nada presta, etc. Mas, em Resident Evil, temos diversos elementos que comprovam o contrário — um filme que entende suas origens e explora os elementos dos games de forma que desenvolva uma narrativa mais fiel aos jogos. 

Um bom exemplo é quando os personagens mudam de cenário, sempre vindo a um mapa holográfico mostrando toda a estrutura do local e os personagens como pontos vermelhos, remetendo diretamente a quando jogamos o game e o consultamos para sabermos nossa localização. A mansão, que servia de entrada para os laboratórios, tem uma história bem direta, sem precisar forçar a barra para agradar. O segredo de Resident Evil para ser um bom filme é sua forma simples de contar uma história; deixa para quem é fã dos games pegar elementos que refletem nossa jogatina na telona do cinema.  

Por Ítalo Passos 

 ***

 

Terror em Silent Hill (2006) 

Rose (Radha Mitchell) tem uma filha que, desde a infância, é atormentada por pesadelos e visões macabras. Em busca de alguma solução, ela decide levar a garota até a cidade que sempre aparece nesses sonhos: Silent Hill. Ao se aproximar da cidade, as duas sofrem um acidente e a criança some, misteriosamente. 

Essa é a deixa para que a personagem adentre na cidade de atmosfera soturna. Diferente do game, que exige atenção máxima e atitudes imediatas, o filme é desacelerado. Há muitos elementos a serem mostrados: o ambiente, os dramas da mãe,  a história paralela do marido que está em busca da família desaparecida e a explicação do que levou a cidade àquela aparência. O ritmo mais lento até aumenta o suspense, mas reduz a ação, deixando o filme com excessos de explicações.  

O que não se pode negar é que o filme consegue capturar o visual incômodo e tenebroso dos games. A névoa que permeia a cidade; as texturas das construções, natureza e objetos; e a caracterização dos monstros são tão belas quanto a idealizada pelos games. Mesmo com o pouco sucesso entre os fãs do jogo, o filme ganhou uma sequência seis anos depois estrelada por Kit Harrington, o Jon Snow de Game Of Thrones. 

Por Yasmine Evaristo 

  ***

 

Angry Birds: O Filme (2016)  

 

Lançado em 2009 pela Rovio Entertainment, Angry Birds é um puzzle casual onde o jogador precisa lançar vários tipos de passarinhos com a ajuda de um estilingue, para atingir e eliminar porcos invasores. É um daqueles joguinhos viciantes que você começa e não consegue largar. Diante do enorme sucesso da franquia (sim, o jogo ganhou várias versões, incluindo crossovers com Star Wars), eis que em 2016 chega aos cinemas o primeiro filme sobre os pássaros coloridos.  

A premissa do jogo é tão simples que não foi suficiente para render um roteiro interessante para um longa-metragem. Ao invés de um filme tão divertido quantos os games, temos um monte de diálogos que parecem mais gritados do que engraçados. Algumas poucas tiradas de humor e personagens até que funcionam, mas, em geral, o resultado é digno dos meros 43 pontos que sustenta no Metacritic. Apesar de não ter convencido a crítica, Angry Birds: O Filme arrecadou mais de 350 milhões de dólares e vai ganhar uma continuação com estreia prevista para agosto de 2019. 

Por Roseana Marinho 

 ***

 

Rampage: Destruição Total (2018) 

Baseado na série de games que se iniciou na década de 1980 que tem como clara influência monstros como King Kong e GodzillaRampage: Destruição Total possui sua parcela de previsibilidades, desenvolvimento narrativo precário, personagens caricatos (principalmente os vilões corporativistas) e, em certos momentos, se leva mais a sério do que deveria. Contudo, suas pretensões são limitadas ao mero entretenimento escapista típico do cinema “pipoca” hollywoodiano dos últimos anos. 

É um filme de catástrofe que não está preocupado em ser politicamente engajado pelo tema que lida ou qualquer coisa do tipo, mas sim uma obra focada em explosões, tiros e situações megalomaníacas que nada mais faz que divertir a plateia — sendo eficiente na proposta com um bom trabalho de CGI direcionado ao gorila albino, crocodilo e lobo gigante, como também é beneficiado com a sempre carismática atuação de Dwayne Johnson. 

Por Jonatas Rueda 

 ***

 

Slender Man: Pesadelo Sem Rosto (2018) 

Após diversas versões em fóruns e Creepypastas, a ideia do Slender Man se transformou em uma “bola de neve” quando autores amadores acrescentaram traços ao conceito central de um homem de rosto inexpressivo na floresta, caçando crianças. O video game Slender: The Eight Pages popularizou a crença de que a criatura causava distorção eletrônica ao aparecer. A versão cinematográfica é baseada unicamente nas criações de Victor Surge e nos crimes reais envolvendo duas adolescentes obcecadas pela lenda. De um modo geral, a fita tem ares de O Chamado, mas o tal Slender Man não causa tantos arrepios quanto o game ou as montagens que rodam pelos confins da internet. 

Por Elaine Timm 

 ***

Gostou? Siga e compartilhe!

Evandro Lira

Evandro gosta tanto de filmes que escolheu a opção Cinema e Audiovisual no vestibular, e hoje cursa na UFPE. Em constante contato com a cultura pop, se divide entre as salas de cinema, as aulas sobre Eiseinsten, xingar muito no Twitter e a colaborar com o Clube da Poltrona.

evandro-lira has 73 posts and counting.See all posts by evandro-lira

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *