Homem-Aranha: Longe de Casa | Análise

 

Homem-Aranha é de fato um dos heróis mais queridos, não só da comunidade nerd, ou pelas crianças, mas em geral. Tanto o carisma e a facilidade de identificação, pois mesmo tendo superpoderes, Peter Parker é um adolescente cheio de problemas comuns, como qualquer um de nós já passou na vida. E se durante o De Volta ao Lar Jon Watts trabalha o longa com mais leveza, focando apenas na diversão; aqui ele explora um pouco mais das responsabilidades que pairam sobre Peter após Vingadores: Ultimato (a análise você pode conferir aqui).

Esse peso emocional, traz uma humanidade maior ao personagem, criando assim, um vínculo ainda mais forte entre público e protagonista. O que acaba sendo essencial para que este filme funcione, já que toda a trama vem de consequências diretas de Ultimato.

 

Óbvio que a fórmula Marvel está lá, com piadinhas e várias situações que não trazem importância nenhuma para a narrativa (não que só esses pontos sejam a fórmula Marvel) o que me tirou um pouco do filme. Mas não são o suficiente para tornar o filme uma obra inferior.

Vejo este filme como uma evolução muito bem efetiva de seu antecessor, já que ele consegue explorar mais o universo do herói, expandindo para novos horizontes e, em certo momento, nos fazendo acreditar que a Marvel iria cair de cabeça em temas mais ousados. Mesmo não seguindo esse caminho, o longa não perde força, já que o roteiro não deixa o público saber mais do que o protagonista até o terceiro ato.

Tom Holland mostra mais uma vez o quanto ele nasceu para este papel, toda a força dramática que o texto do filme não tem, a atuação dele extrai com muita competência. O personagem tenta a todo momento parecer bem, mas notamos em seu olhar o peso de suas perdas. É inegável que Holland seja o ponto mais forte desta obra.

O vilão funciona muito bem em todo o contexto, trazendo grandes dúvidas sobre as responsabilidades de Peter, e o mais importante, o quanto aquela vida o restringe de relacionamentos, ou até mesmo de aproveitar sua adolescência, devido aos seus grandes poderes.

O elenco de apoio também consegue ter sua importância, narrativamente falando: Ned Leeds (Jacob Batalon) é um ótimo alívio cômico, chega a quase ser um sidekick. Já, Zendaya, que interpreta a MJ, ajuda na dramaticidade em se relacionar do Peter e também no crescimento do personagem principal, se mostrando uma personagem que não está ali apenas para ser um par romântico.

O herói também utiliza diversos trajes durante todo o filme, isso faz com que o público mais novo se interesse mais pela obra, já que as gerações mais novas estão acostumadas com os games. Esteticamente, a melhor escolha foi o traje preto utilizado na missão de Praga, além de uma grande referência ao Homem-Aranha Noir, ele faz total sentido, já que o personagem está tentando não ser reconhecido longe de Nova Iorque.

Aliás, a estética do filme é bem interessante, pois abraça bem um estilo quadrinhesco, sem medo de mostrar seus personagens com trajes extravagantes, ou até mesmo ridículos de certo modo. Isso faz com que acreditemos mais naquele universo.

Homem-Aranha: Longe de Casa cumpre muito bem ao seu propósito, diverte, tem seus momentos mais dramáticos sem exagerar e expande de forma até surpreendente o seu universo, principalmente nas duas cenas extras, uma durante e a outra após os créditos. É de fato um dos personagens mais interessantes de se acompanhar nesse UCM e nos deixa curiosos para ver os próximos capítulos do herói da vizinhança.

Nota: ★★★★✰

 

 

 

Ficha Técnica

Nome Original: Spider-Man: Far From Home

Direção: Jon Watts

Roteiro: Chris McKenna, Erik Sommers

Elenco: Tom Holland, Samuel L. Jackson, Jake Gyllenhaal, Marisa Tomei, Jon Favreau, Zendaya, Jacob Batalon, Tony Revolori, Angourie Rice

Fotografia: Matthew J. Lloyd

Trilha Sonora: Michael Giacchino

Montagem: Leigh Folsom Boyd, Dan Lebental

Figurino: Anna B. Sheppard

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Ítalo Passos

Cearense, estudante de marketing digital e crítico de cinema. Apaixonado por cinema oriental, Tolkien e ficção científica. Um samurai de Akira Kurosawa que venera o Kubrick. E eu não estou aqui pra contrariar o The Rock.

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