Nos Cinemas | Zumbilândia: Atire Duas Vezes

 

Na década passada, filmes de zumbis estavam em alta, não importando o tipo de zumbi — se eram velozes, ou mais lentos, qualquer coisa referente a esta temática fazia muito sucesso. Embora existisse uma fórmula que funcionava bem, a maioria dos filmes eram bem parecidos e isso foi cansando o público aos poucos. Antes de 2009, a única exceção da quebra dessa fórmula foi a obra de Edgar Wright, Todo Mundo Quase Morto, que deixava toda a seriedade e pretensão de lado e se aproveitava do humor para trabalhar sua narrativa. Algo que, em 2009, inspirou bastante Ruben Fleischer para criar Zumbilândia e nos trazer mais uma obra que não se levaria a sério e nos apresentaria a um universo bem divertido.

Depois disso, os filmes de zumbi foram perdendo sua força e poucas obras acabaram sendo produzidas. Até que 10 anos depois, Fleischer nos leva de volta ao universo de Zumbilândia com o Atire Duas Vezes.

É interessante que todos os elementos divertidos de cada personagem permanecessem intocáveis, mas Fleisher foi esperto em atualizar alguns pontos e desenvolver melhor outros. A personalidade forte de Wichita (Emma Stone) se faz ainda mais presente nessa sequência, assim como o instinto de paternidade de Tallahassee (Woody Harrelson), casando bem com a necessidade de independência de Little Rock (Abigail Breslin) e, é claro, todo o lado metódico de Columbus (Jesse Eisenberg).

Manter a essência de cada um dos personagens, trazendo algo para complementar é o que faz a sequência funcionar tão bem. Claro que se manter despretensioso ajuda bastante, devido a inúmeras situações absurdas a que cada um deles é submetido, subvertendo imediatamente em um humor bem feito e que não cansa — já que muitas vezes, filmes com essa pegada acabam repetindo a toda hora a piada o que faz com que o público canse antes mesmo da metade da obra.

A inclusão de alguns personagens soma de forma positiva para a obra, mostrando um lado que não conhecíamos de alguns deles e trazendo momentos de ação extremamente divertidos. Nevada (Rosario Dawson) é a que se destaca, já que ela expõe um lado mais “frágil” de Tallahassee e deixa um gostinho de quero mais, caso ocorra mais alguma continuação.

É legal ver a obra abrindo espaço para praticamente se desculpar com o público e entregar um bônus por pontos que algumas pessoas não curtiram no primeiro filme. Se você estiver com o primeiro filme bem fresco na cabeça e for ver a continuação, com certeza a cena final (que se passa durante os créditos) irá lhe arrancar muitas gargalhadas.

Claro que também não posso esquecer da excelente cena de abertura com a trilha do Metallica, simplesmente mostrando todos eles detonando uma horda de zumbis para poderem chegar até a Casa Branca. É simples, mas muito funcional, deixando clara (repito mais uma vez) a despretensão da obra.

Zumbilândia: Atire Duas Vezes é extremamente divertido, trazendo elementos do primeiro filme e colocando novos para deixar os personagens mais interessantes; junto à química do elenco e as situações absurdas, a obra é risada na certa.

Nota: ★★★★✰

Ficha Técnica

Título Original: Zombieland: Double Tap

Direção: Ruben Fleischer

Roteiro: Dave Callaham, Rhett Reese, Paul Wernick

Elenco: Woody Harrelson, Jesse Eisenberg, Emma Stone, Abigail Breslin, Zoey Deutch, Rosario Dawson, Luke Wilson

Fotografia: Chung-hoon Chung

Música:David Sardy

Montagem: Chris Patterson, Dirk Westervelt

Figurino: Christine Wada

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Ítalo Passos

Cearense, estudante de marketing digital e crítico de cinema. Apaixonado por cinema oriental, Tolkien e ficção científica. Um samurai de Akira Kurosawa que venera o Kubrick. E eu não estou aqui pra contrariar o The Rock.

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