Persona | Iris (O Amor Não Tira Férias)

Veterana dos filmes de romance, Kate Winslet apresenta uma mocinha com um arco bastante interessante de observar. Iris é uma jornalista que escreve a coluna de casamentos e que acaba se envolvendo com um colega de redação. Logo de cara fica claro que a única realmente dentro da relação é ela. Depois de dar um presente de Natal para o affair, ela recebe “em troca” a notícia de que ele está noivo de outra pessoa.

Despedaçada e guiada pelas emoções, Iris chega a ter um ato desesperado ao se dar conta do rumo que sua vida tomou. No entanto, uma notificação a interrompe e salva sua vida. Quando ela menos espera, está a caminho de Los Angeles para a temporada de Natal, deixando o frio de Surrey para trás.

O intercâmbio de casas é apenas uma desculpa para mostrar o quanto Iris se encaixa perfeitamente no ambiente acalorado de LA. Ela é claramente solar, daquelas pessoas que aquecem e iluminam o ambiente ao chegar. O curioso é que a personagem parece não se dar conta disso e o relacionamento com o embuste ex dita a forma como ela se sente: insegura e abalada.

Ao conhecer Arthur, um senhor muito simpático que foi roteirista de Hollywood, e Miles, um compositor de trilhas sonoras, a verdadeira Iris começa a despontar. Inteligente, forte, carinhosa, carismática, bonita, engraçada… todas as características de uma verdadeira protagonista. Porém, é somente após uma conversa franca com Arthur que ela se dá conta da forma como tem agido: “Nos filmes, temos as personagens principais e temos as melhores amigas. Você, eu posso dizer, é a personagem principal, mas por algum motivo está agindo como a melhor amiga”.

Após refletir e observar a situação de Miles com a namorada, Iris parece acordar para a vida e lidar melhor com a decepção amorosa que viveu. Te desafio a encontrar alguém que não quer levantar e aplaudir o momento em que ela se levanta e brada: “Essa coisa distorcida e tóxica entre nós finalmente acabou. Miraculosamente não estou mais apaixonada por você. Tenho uma vida para começar a viver e você não estará nela.”

Não é difícil se identificar com a Iris! Ela poderia muito bem ser uma amiga ou até você mesmo em uma situação dessas (quem nunca?), o que permite que haja empatia com a personagem. Por conta disso, a reflexão sobre quem você quer ser, como se enxerga e o que você deve aceitar em um relacionamento acontece de forma muito natural.

Mais que isso, Iris mostra que não é preciso se tornar uma pessoa fria, mesmo que tenha se magoado com alguém. O recomeço está em ser exatamente como é e dar a chance de conhecer pessoas que irão te reconhecer, apreciar e amar.

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