Velozes & Furiosos 9 | Nos Cinemas

 

Além do anúncio oficial de que a franquia chegará ao fim no décimo primeiro filme, começamos a ter indícios disso dentro dos próprios filmes, principalmente agora, com a chegada do nono filme da franquia. 

Velozes e Furiosos tem um espaço no meu coração por ser uma das primeiras franquias que me chamaram atenção quando era mais jovem. Enquanto via filmes de cowboy com meu pai, sempre me chamava atenção aquele pôster com o enorme Toyota Supra laranja e vários jovens ao ser redor. Isso no meu auge de jogar games de corridas de rua do qual era possível personalizar os carros. Digamos que foi um evento no começo dos anos 2000.

Com o estrondoso sucesso, logo a franquia lançou o segundo filme e voltou a explodir de vez no incrível Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio. Com uma trilha sonora extremamente viciante (mesmo sem nenhum personagem original da franquia a não ser a pequena aparição de Vin Diesel como Toretto no último take do longa), o filme se tornou quase um reboot dentro da própria franquia — mesmo que mais a frente tenha incluído de forma até aceitável esse destoante filme dentro da cronologia. 

Daí em diante, os personagens originais foram voltando em diversas tramas até chegarmos na triste morte de Paul Walker, nos emocionando nos cinemas com uma bela despedida e, mesmo após perder um dos seus personagens mais queridos, a franquia seguiu em frente até chegarmos nesse episódio 9.

Nesse novo longa, vemos uma história da qual já conhecíamos, mas nunca nos foi mostrada de verdade que é sobre a morte do pai de Dom e Mia e suas consequências. De uma forma bem inteligente, o diretor Justin Lin utiliza de flashbacks para nos revelar como tudo ocorreu, inclusive o filme abre com esse recurso que perdura durante toda a obra. Também nos é apresentado o irmão do meio dos Torettos, Jakob, que é um ladrão engenhoso e com um poderoso exército e que Dom não se dá muito bem. 

A obra se torna cada vez mais um drama familiar e, de tanto que Dominic tenha enfatizado durante toda a franquia a importância da família, ele acaba sendo atormentado por uma parte dela que o mesmo deixou para trás. 

O mais divertido disso tudo é saber que podemos esperar situações extremamente absurdas, já que a franquia “abraçou” a galhofa de uma forma extremamente acertada nos últimos longas. Sem grandes pretensões, a obra enfatiza até a piada sobre os personagens da franquia não morrerem ou sequer se machucarem gravemente. Isso é, inclusive, uma das cenas mais divertidas do longa, já que envolve Roman Pierce em um tiroteio em que o mesmo sai ileso disso. 

A franquia traz a Mia para dentro da ação e usa uma desculpa aceitável para isso, já que envolve os seus dois irmãos; e a desculpa para deixar Brian de fora também é plausível, porém, obviamente, se nós usarmos a lógica da franquia e não exigirmos muito do texto. 

Contudo, é interessante como (novamente) cada um dos membros da família possuem seu momento de destaque e o diretor faz questão de exaltar o protagonismo de Dominic, mas sem deixar o resto do elenco de “mãos abanando”.

Onde mais a franquia pode nos levar? Quando anunciaram que queriam ir ao espaço eu ri, mas sabendo que isso realmente era possível de acontecer. Bom, aconteceu. E é uma das sequências que mais dei risada no cinema porque é simplesmente a essência desse Velozes e Furiosos de hoje. 

O longa tem ótimas sequências de ação com o CGI bem feito e situações cada vez mais absurdas. Talvez isso tenha feito com que o clímax não tenha funcionado muito bem, portanto, me parece um pouco mais do mesmo, sem nada de novo, porém, nada que estrague a obra.

Entretanto, sem dúvidas, a maior virtude do filme são os flashbacks porque é onde temos um gosto de aprofundamento maior sobre o personagem do Dom, entendemos o que o fez valorizar tanto seus amigos, de onde tirou sua moral e os motivos do mesmo fazer tudo que já fez nos outros 8 filmes. Também nos traz um gostinho do primeiro filme da franquia, quando tudo era mais “pé no chão” com a simplicidade.

Outro ponto digno de nota é a semelhança do Dominic Toretto com o personagem do mangá japonês Naruto, onde ambos fazem de tudo para tentar trazer seus inimigos para o seu lado ou os fazer desistir de seguir o caminho que os façam se cruzar como rivais, focando sempre em ajudar seus amigos e fazer com que os rivais se arrependam. 

Dito isto, acho que Velozes e Furiosos 9 nos dá o caminho para o final da franquia, entramos de vez na reta final e mais uma vez nos divertimos com isso. Agora é aguardar as próximas duas surpresas e situações absurdas que possam passar na cabeça de Vin Diesel e Justin Lin.

Nota: ★★★✰✰

 

Ficha Técnica

Título Original: F9

Ano: 2021

Direção: Justin Lin

Roteiro: Daniel Casey, Justin Lin

Elenco: Vin Diesel, Michelle Rodriguez, Jordana Brewster, Tyrese Gibson, Ludacris, Nathalie Emmanuel, Charlize Theron, John Cena, Finn Cole, Sung Kang

Fotografia: Stephen F. Windon

Trilha Sonora: Brian Tyler

Montagem: Greg D’Auria, Dylan Highsmith, Kelly Matsumoto

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Ítalo Passos

Cearense, estudante de marketing digital e crítico de cinema. Apaixonado por cinema oriental, Tolkien e ficção científica. Um samurai de Akira Kurosawa que venera o Kubrick. E eu não estou aqui pra contrariar o The Rock.

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