Raya e o Último Dragão (2021) | Clube Cartoon
Quanto vale a confiança e quanto se pode perder ao confiar na pessoa errada? É com esse sentimento que a animação Raya e o Último Dragão inicia. Tudo começa quando a mágica terra de Kumandra, onde os humanos e dragões viviam em harmonia, é devastada por Druun, forças malignas que transformam os seres em pedra. Então, Sisu, o último dragão vivo, concentra sua magia em uma gema e bane as sombras da região. Com isso, consegue salvar as pessoas, mas os dragões continuam petrificados.
Isso poderia tranquilizar o povo, porém, acaba por dividi-los em cinco tribos conforme sua localização junto ao rio que tem forma de dragão (Presa, Coluna, Coração, Garra e Cauda) em uma luta pelo poder pelos próximos 500 anos. É então que Benja, pai de Raya e chefe da tribo Coração – onde está escondida a gema –, decide realizar uma festa para as lideranças das outras quatro tribos na esperança de que consigam se unir e libertar os demais dragões.
Na ocasião, a garota conhece Namaari, filha da chefe Virana da tribo Presa, que lhe presenteia com um pingente de dragão. Confiando na nova amiga, Raya a leva até onde a gema está escondida. Contudo, ela é traída e, numa nova briga por poder por parte dos líderes, o artefato acaba se quebrando. Cada líder rouba um pedaço da gema, despertando Druun que alcança a tribo Coração antes de se espalhar por toda Kumandra.
Ciente de que os maus espíritos não avançam onde há água, o chefe da tribo joga a filha em um rio para salvá-la e é petrificado. Após um salto temporal de seis anos, a menina – agora mais madura – ainda busca uma forma de acordar Sisu para ajudá-la a recuperar as demais peças que faltam e, assim, salvar seu povo e os dragões.
Sem muitos problemas e acompanhada de seu pet Tuk Tuk, Raya consegue despertar Sisu e, juntas, partem para as outras partes do rio em forma de dragão para recuperar os outros pedaços. E não demoram até ganharem novas companhias nessa missão como o amável Boun, os espertos Noi e seus Ongis, e o forte Tong.
Ao chegarem na tribo Presa, Raya reencontra Namaari e entra em contato com sentimentos que tem lidado desde o dia em que teve sua confiança quebrada pela “amiga” e seu pai foi petrificado. Como confiar novamente em alguém que já foi desleal? É possível?
Raya e o Último Dragão parece leve e divertida, mas além desta reflexão, propõe uma ainda maior. Desde o princípio, a ideia de ter para si, em vez de ter para todos, é reforçada. Quem nunca ouviu o famoso ditado “Mais vale um pássaro na mão que dois voando”? Porém, a lenda de Kumandra mostra o exato oposto. Para cada uma das lideranças das tribos, não bastava saber que a gema existia e que estava protegendo a todos. Ela tinha que estar em posse deles, mesmo que, para isso, todos sofressem as consequências. Onde a sua ganância vai te levar?
Essa reflexão é bastante importante no cenário atual, quando o planeta Terra apresenta muitos sinais de que a exploração humana já o afetou e que o caminho é a sustentabilidade e a preservação. Mas como chegar a isso quando um quer ter mais que o outro?
A animação dá uma opção: comece por você, faça a sua parte, dê o primeiro passo. Os demais podem ou não te acompanhar, mas você precisa estar em paz com seus atos. Esta é a conclusão de Raya!
Cheio de cores, personagens carismáticos – embora um pouco clichês –, uma mocinha guerreira que não precisa ser salva pelo príncipe, um enredo leve e emocionante, e uma qualidade gráfica incrível, Raya e o Último Dragão é ideal para um momento em família com as crianças.
Para assistir o filme no Disney+, clique aqui.
Nota: ★★★★✰
Ficha Técnica
Título Original: Raya and the Last Dragon
Ano: 2021
Direção: Don Hall, Carlos López Estrada
Roteiro: Qui Nguyen, Adele Lim
Elenco: Kelly Marie Tran, Awkwafina, Gemma Chan, Daniel Dae Kim, Sandra Oh, Benedict Wong, Izaac Wang, Thalia Tran, Alan Tudyk
Fotografia: Rob Dressel
Montagem: Fabienne Rawley, Shannon Stein
Trilha Sonora: James Newton Howard