Festival de Veneza | Veja os comentários da crítica especializada

O Festival Internacional de Cinema de Veneza acontece do dia 29 de agosto à 8 de setembro. De lá, saem os filmes mais prestigiados que estrearão durante os próximos meses, entre eles vários futuros indicados ao Oscar. Pensando nisso, o Clube da Poltrona reuniu os comentários da imprensa especializada em cinema sobre cada um dos filmes que concorrem ao Leão de Ouro ao fim do festival. Continue lendo!

(Lista em progresso até o fim do festival)

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Vox Lux, de Brady Corbet

O novo longa do ator e diretor Brady Corbet foi aclamado em sua estreia no Festival de Veneza. Segundo o Indepedent, o filme combina crítica social com o drama psicológico “de uma forma surpreendente e altamente original.” O crítico Glenn Kenny, do Roger Ebert, afirma que Vox Lux é uma espécie de “resposta sangrenta” para Nasce uma Estrela, filme que também estreou em Veneza. Boa parte dos elogios se voltam à trilha sonora do filme, composta por Sia, e claro, para a performance de Natalie Portman. O Hollywood Rerporter escreve que a atriz está nada menos que excelente em cena, e o The Daily Telegraph declara: “há uma audácia e extravagância no trabalho de Portman que poucas atrizes se atreveriam a tentar.” O IndieWire usa uma ótima metáfora para definir o filme: “Você pode não querer ficar no repeat, mas Vox Lux é uma música que exige ser ouvida no volume máximo.”

22 July, de Paul Greengrass

Paul Greengrass, de Capitão Phillips e Voo United 93, chega em Veneza com um novo filme sobre as letais consequências do terrorismo, dessa vez baseado nos ataques da Noruega de 2011. Com críticas positivas e mistas, 22 July foi chamado de “corajoso e cuidadoso” pelo The Guardian. A Variety conta que estamos diante de “um cinema inteligentemente severo e tempestuoso, como se espera de Greengrass”. Já o IndieWire aponta alguns problemas, como a estética realista que o cineasta imprime, que segundo o crítico “não permite grandiosidade mesmo quando ele cede a impulsos mais pesados”, mas termina afirmando que “sua mensagem vale a pena ser ouvida”. O site CineVue aponta que um dos problemas que prejudicam a abordagem realista de 22 July é o fato de todos os personagens falarem inglês. O filme tem previsão de estreia para outubro na Netflix.

Never Look Away (Werk Ohne Autor), de
Florian Henckel von Donnersmarck

Este longa alemão do diretor de O Turista e A Vida dos Outros foi bem recebido pela crítica em sua estreia em Veneza. Com três horas e nove minutos de duração, o filme foi chamado de “envolvente” pelo The Hollywood Reporter, e o portal Variety comenta que “uma das forças mais sutis de Never Look Away é a evocação de uma população derrotada e cansada da guerra que não experimentou o comunismo como uma revolução, mas como uma substituição.” Inspirado em eventos reais e abrangendo três eras da história alemã, o filme apresenta um estudante de arte apaixonado pela filha de um médico famoso que não fica nada satisfeito com o relacionamento dos dois. Segundo o Screen Internacional, “é um drama comovente sobre as correlações entre experiência pessoal, política e arte.”

The Mountain, de Rick Alverson

O novo longa de Rick Alverson, estrelado por Tye Sheridan (Jogador Nº 1), Jeff Goldblum (Thor: Ragnarok) e Hannah Gross (série Mindhunter), recebeu críticas bem mornas. O site Screendaily escreveu que o filme é sonolento e que chegar até o fim “pode ser um desafio”. O britânico The Guardian elogia a técnica do longa, que chama de impressionante, mas termina decepcionado. Segundo o crítico Peter Bradshaw, parece um filme inacabado, que “não diz nada de convincente ou substancial”. Ainda que tenha algumas ressalvas, para Erick Kohn, do IndieWire, The Mountain é “um retrato bonito, desafiador e totalmente singular da identidade fraturada da América”.

Non-Fiction (Doubles Vies), de Rick Alverson

O francês Olivier Assayas retorna depois de Personal Shopper e Acima das Nuvens. Aqui, ele coloca 4 personagens vividos por Guillaume Canet, Juliette Binoche, Vincent Macaigne e Nora Hamzawi, como adultos que precisam lidar com o caos da revolução digital. O Hollywood Reporter elogia o filme alegando que “a França é um país conhecido por lutar contra a mudança” e que “parte da grandeza de Assayas como cineasta é sua capacidade de fazer essa luta parecer profundamente humana”. O site IndieWire deu nota B+, chamando atenção para as várias referências que o longa mistura, desde coisas da cultura pop, como Star Wars, Velozes e Furiosos e Taylor Swift, até o filósofo Theodor Adorno.

The Sisters Brothers, de Jacques Audiard

O western estrelado por Joaquim Phoenix, Jake Gyllenhaal e John C. Reilly teve uma aceitação positiva por parte da crítica especializada, chegando a ser considerado um dos melhores filmes do ano pelo The Wrap. As atuações de Phoenix e Reilly, que vivem os irmãos do título, são um dos pontos fortes do filme, de acordo com as considerações do IndieWire. A mesma satisfação não foi o que demonstrou Owen Gleiberman, da Variety, que criticou a ausência de mulheres diretoras no Festival, dizendo que The Sisters Brothers “não é um filme ruim, mas uma mulher nunca teria se dado ao trabalho de fazê-lo.”

The Ballad of Buster Scruggs, de Ethan e Joe Coen

Planejado para ser uma minissérie da Netflix, o novo projeto dos irmãos Coen estreou no Festival de Veneza como um longa-metragem formado por várias pequenas histórias, e teve uma recepção mista por parte da crítica. O IndieWire destacou que “é uma ilustração singular do que torna a fórmula de Coen tão atraente e um lembrete de seus muitos exemplos melhores.” Para o The Wrap “na melhor das hipóteses, será uma nota de rodapé charmosa na carreira dos Coens”, enquanto o The Guardian demonstrou mais entusiasmo, afirmando que “é um filme muito bem feito, com uma trilha sonora ricamente plausível de Carter Burwell; um western antigo em muitos aspectos e se há algo cômico ou auto-satírico sobre ele, isso não significa que seja puro pastiche”.

Peterloo, de Mike Leigh

Um dos episódios mais sangrentos e notórios da história do Reino Unido ganhou um longa dirigido por Mike Leigh, que vem recebido comentários positivos e mistos em sua estreia no Festival de Veneza. Há quem tenha achado um grande filme, como o The Guardian e o The Daily Telegraph (ambos curiosamente britânicos), que afirmam que o cineasta “traz uma simplicidade e severidade esmagadora” e que “ é complexo, empolgante e recompensador para qualquer um que esteja preparado para enfrentá-lo em seus próprios termos ambiciosos.” Enquanto isso, o IndieWire escreve: “o retrato expansivo, exaustivo e extraordinariamente completo de Mike Leigh do ativismo político do início do século XIX é, em outras palavras, deliberado em ritmo e tom.” Já o The Hollywood Reporter é ainda mais duro e afirma que “depois de 200 anos, os fantasmas inquietos do Campo de São Pedro merecem um memorial melhor do que este.”

Frères ennemis (Close Enemies), de David Oelhoffen

“Um drama policial corajoso”, é como a Variety chama o novo filme do cineasta David Oelhoffen e ainda completa que “é uma versão consumada e bem elaborada de uma história que já vimos dezenas de vezes antes.” Outros veículos como The Hollywood Reporter também elogiam o filme, principalmente a fotografia de Guillaume Deffontaines, que usa o seu trabalho de câmera a favor de alguns espetáculos de ação.

Leia mais detalhadamente as reações dos filmes mais aguardados do festival:

 

Por último, leia sobre o filme mais comentado fora da mostra competitiva:

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Evandro Lira

Evandro gosta tanto de filmes que escolheu a opção Cinema e Audiovisual no vestibular, e hoje cursa na UFPE. Em constante contato com a cultura pop, se divide entre as salas de cinema, as aulas sobre Eiseinsten, xingar muito no Twitter e a colaborar com o Clube da Poltrona.

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