Vingadores: Ultimato | Análise

 

Quando vimos o primeiro Vingadores, lá em 2012, era difícil imaginar o que estaríamos presenciando hoje. Se aquele filme parecia um feito e tanto, não é nenhum absurdo dizer que todas as definições de épico foram atualizadas após este Vingadores: Ultimato. É praticamente inconcebível sair indiferente de desse filme. O tanto de emoções que se acumulam nas três horas de exibição te deixam catártico a ponto de só querer gritar para o mundo que elas precisam assistir a isso urgentemente.

O filme foi feito realmente para ser uma experiência única, da qual nem a própria Marvel Studios vai conseguir superar tão cedo. É difícil até mesmo pensar como vai ser a sensação das novas audiências assistindo ao longa no futuro, no conforto das suas casas e da sua individualidade. Certamente será muito diferente.

Mais do que vários momentos emblemáticos de ação, o roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely possui um coração enorme, fazendo de Vingadores: Ultimato o filme mais íntimo e cheio de alma da Marvel.

Quando esses personagens habitam um mundo onde metade da população desaparece sem deixar rastros, os artistas encontram a oportunidade de explorar com maestria a ideia de melancolia e culpa, colocando cada um dos heróis para lidar com o ocorrido a sua maneira, ressaltando todas as personalidades construídas ao longo de uma década

Mesmo quando o enredo coloca em prática o plano que promete reverter o estrago causado por Thanos, o filme ainda encontra espaço para desenvolver arcos emocionais, que são, sem dúvida, a força motriz de Ultimato. Pela primeira vez, parecia que os heróis tem algo a vingar, justificando o nome da equipe.

Se em Guerra Infinita, Thanos era o intransponível protagonista, em Vingadores: Ultimato os heróis assumem as rédeas da sua situação, e ainda que saibamos que o resultado final vai ser satisfatório, vários momentos nos colocam em dúvida quanto isso, nos deixando em alerta durante toda projeção. Cada cena consegue ser recompensadora e ainda prova que falta de ritmo não é um problema para as ínfimas três horas de filme. 

Nem é preciso dizer o quão eficiente ele é na hora de referenciar praticamente todos os filmes do MCU, especialmente aqueles da Fase 1 e 2. Muito mais do que isso, aliás, o longa é capaz de homenagear também grandes momentos dos quadrinhos, sem que nada comprometa o arco dos personagens ou o andamento da trama.

 

Ao tecer os finais dos grandes nomes da franquia, como Capitão América, Homem de Ferro, Thor e Viúva Negra, Vingadores: Ultimato é completamente responsável. Ainda que alguns deles não tenham se despedido por completo do público, há pontos finais muito bem delineados em suas jornadas, e alguns especialmente emocionais. O respeito latente que os roteiristas e os Irmãos Russo têm por cada um dessas personas tão icônicas é nítido e funcionam quase como uma grande homenagem ao passado de cada um.

Vingadores: Ultimato veio para ser o clímax intenso e comovente os super-heróis precisavam. A partir de agora, uma nova era se inicia para o cinema blockbuster e esse belo exemplar certamente será eternizado no coração de fãs do mundo inteiro. No meio de 14 milhões de possibilidades, só tinha como a Marvel acertar assim uma vez, e foi o que ela fez.

Nota: ★★★★★

 

 

 

Ficha Técnica

Nome Original: Avengers: Endgame

Ano: 2019

Direção: Anthony e Joe Russo

Roteiro: Christopher Markus e Stephen McFeely

Elenco: Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Chris Evans, Paul Rudd, Scarlett Johansson, Don Cheadle, Bradley Cooper, Brie Larson, Jeremy Renner, Karen Gillan e Josh Brolin

Fotografia: Trent Opaloch

Montagem: Jeffrey Ford e Matthew Schmidt

 

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Evandro Lira

Evandro gosta tanto de filmes que escolheu a opção Cinema e Audiovisual no vestibular, e hoje cursa na UFPE. Em constante contato com a cultura pop, se divide entre as salas de cinema, as aulas sobre Eiseinsten, xingar muito no Twitter e a colaborar com o Clube da Poltrona.

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