Primeira Maratona Netflix | O Date Perfeito
Hoje dia de continuarmos nossa maratona Netflix “Se aceita, mig@!”, com o segundo filme. Mais uma vez, temos um personagem tentando se encaixar no mundo. Então, é hora de seguir com a nossa jornada de identificação.
Se você ainda não começou a maratona com a gente, vem que dá tempo. Para ler sobre o primeiro filme, clique aqui.
O Date Perfeito
Direção: Chris Nelson
Roteiro: Steve Bloom, Randall Green
Elenco: Noah Centineo, Laura Marano, Camila Mendes, Odiseas Georgiadis, Matt Walsh
O único filme da maratona quase completamente comandado por homens — direção, roteiro e mais de dois terços dos produtores — é também protagonizado por… um homem. Bem, até aí não é bem um problema, até que você se depara com a história de um cara (que é até gente boa) que cria um aplicativo (por uma causa até nobre: juntar dinheiro para pagar a faculdade dos seus sonhos) por onde ele é “contratado” para ser o que uma garota precisar que ele seja: acompanhante para qualquer tipo de festa, um namorado esquisito para irritar os pais da menina, o par para um encontro “teste”, etc. E aí vem a personagem feminina principal, vivida por Laura Marano, que é basicamente uma Manic Pixie Dream Girl revoltadinha.
Ao contrário da personagem de Rebel Wilson no filme anterior da maratona, Celia parece carregar um ranço de todas as coisas românticas apenas por serem teoricamente convencionais. Apesar da carapaça de durona, mas que parece guardar uma menina doce, ela não é tão interessante como uma Kat Stratford (10 Coisas Que Eu Odeio Em Você). Embora não funcione tão bem, a personagem é essencial na jornada de Brooks (o protagonista de Noah Centineo) em aceitar quem ele é e enxergar o verdadeiro valor de suas escolhas e o que está por trás delas.
Preencher um vazio com escolhas que parecem certas para os outros, por parecer o correto por uma convenção social, é mais comum do que a gente gostaria — ou do que deveria ser. É exatamente isso que Brooks faz: tenta alcançar uma imagem que foi exaustivamente colocada para ele, pela sociedade em geral, do que é uma pessoa bem-sucedida. Mas dar ao outro o poder de definir quem você é, e o valor que você tem, ao invés de preencher vazios, pode deixá-los mais profundos. Mas isso é um assunto a ser tratado com mais detalhes com o nosso próximo filme.