Primeira Maratona Netflix | Dumplin’
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Dumplin’
Direção: Anne Fletcher
Roteiro: Kristin Hahn, Julie Murphy
Elenco: Danielle Macdonald, Jennifer Aniston, Odeya Rush, Maddie Baillio, Bex Taylor-Klaus
O filme é meio que uma ode à cantora Dolly Parton — cuja figura pode parecer um pouco cafona para nós, brasileiros, mas que é um símbolo feminista nos Estados Unidos —, com suas canções cheias de verdades sobre o universo feminino. Parton é, além disso, uma mulher que não tem medo de ser quem é, uma representação da liberdade feminina de ser o que quiser. Em Dumplin’, vemos sua jovem fã Willowdean (que herdou da tia o gosto pela obra da cantora), filha de uma beauty queen local, lutar para que a deixem em paz. Ela sofre bullying desde a infância por sua aparência e ainda é carinhosamente chamada de Dumplin’ (ou Bolinho) por sua mãe; um apelido que, apesar do carinho, fere.
O problema é que Will (vivida pela Australiana Danielle Macdonald) passou tanto tempo da vida prestando atenção ao que os outros falavam dela — ainda que para rebater as críticas — que acabou de certa forma acreditando que se resumia àquilo: a garota gordinha e meio solitária. É o que acontece quando a gente dá aos outros o poder de definir quem a gente é; inevitavelmente, eles só irão enxergar uma única camada. Assim como a Natalie (Rebel Wilson) em Megarromântico, falta a Willowdean não só se aceitar por aceitar, mas se amar e entender o quão especial ela é.
Em uma forma de protesto e homenagem à tia já falecida, Will se inscreve no concurso de beleza, o mesmo que sua mãe (Jennifer Aniston) venceu anos antes. Lidar com o fato de que inspirou outras garotas fora dos padrões a participar já é difícil para ela, mas descobrir um lado de si que estava escondido até para a própria Will é a verdadeira prova de fogo. Mas também libertador. É um momento coming of age como o de Brooks Rattigan (Noah Centineo em O Date Perfeito).