Persona | Ferris Bueller (Curtindo a Vida Adoidado)

 

A comédia adolescente de 1986, Curtindo a Vida Adoidado, foi a cerimônia de formatura do roteirista/diretor/produtor John Hughes e do ator Matthew Broderick. Ferris se tornaria o último personagem adolescente de Broderick, matriculando-se no campus cinematográfico de 20 e poucos anos mais próximo de sua idade.

Após desenvolver tantos clássicos oitentistas, Hughes finalmente viu uma indicação ao Globo de Ouro pela sua criatividade — Melhor Performance de um Ator em Filme – Comédia/Musical para a performance marcante de Broderick como Bueller.

Um dos personagens mais emblemáticos da cultura pop marcou época com seu jeito carismático e autêntico de ser. Ferris é uma fantasia adolescente: o cara que os caras querem ser e aquele com quem as garotas querem estar.

A premissa do personagem é especialmente simples: apenas um garoto do ensino médio que está determinado a matar aula, desafiando o rabugento diretor da escola. O que o torna tão amplo é sua personalidade forte e seu desejo de liberdade que conduzem o longa na aventura dos três jovens.

Esse sentimento é uma necessidade humana que nem sempre conseguimos usufruir completamente, mas Ferris é essa satisfação do desejo de espírito livre, o cara que consegue exatamente o que quer porque simplesmente escolhe segurar a chance na hora, antes que ela desapareça.

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“A vida passa muito depressaSe não paramos para curtir de vez em quandoela passa e você nem vê!”

Dentro desse cenário juvenil, o rapaz é um habilidoso manipulador que mascara suas ações fraudulentas com um sorriso carismático e sem culpa; aquele tipo de arrogância saudável que transforma obstáculos em aliados. A maioria de nós já teve aquele colega de escola que conseguia resolver tudo, tinha as melhores ideias e sempre se safava das encrencas com uma criatividade admirável. Ferris usa efeitos sonoros de doença para enganar os pais, gravações manipuladas, um engenhoso manequim que se move com barbante e um troféu escolar.

Quase uma versão adolescente do Kevin McCallister (Esqueceram de Mim) que tenta escapar de casa, ao invés de defendê-la. Normalmente, em filmes de John Hughes, há um personagem inteligente e um personagem popular em desacordo um com o outro, mas Ferris Bueller consegue ser ambos.

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“A pergunta não é o que vamos fazer, mas o que não vamos fazer!”

O jovem tem uma namorada, um amigo melancólico, pais amorosos e uma vida adolescente com altos e baixos. Só tem uma coisa que Ferris Bueller não tem: um carro. Essa limitação, aparentemente pequena, cresce como um grande dilema em sua busca por liberdade.

Sem as quatro rodas não é possível buscar a gatinha na escola, almoçar num restaurante chique, visitar um museu de arte, ir a um jogo de beisebol e cantar num carro alegórico; tudo isso, na duração do dia de trabalho dos seus pais. Com o volante de uma Ferrari em mãos, o garoto viaja pelos melhores pontos da cidade, aproveitando todas as possibilidades de diversão que ela pode oferecer a três adolescentes em busca de novas emoções.

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O interessante de se observar no personagem é que ele influencia todos a sua volta, mas sai praticamente inalterado da jornada, como o amigo Cameron, que ganha coragem para exigir o respeito do pai autoritário, ou sua irmã Jeanie, que acaba arrumando outras diversões, além de perturbar o irmão caçula.

Ferris possui um tipo de “way of life” que inspira as pessoas a se modificarem. Só há um momento que abala a existência despreocupada do jovem, um potencial rompante de maturidade e compaixão, quando ele se oferece para levar a culpa por Cameron ter destruído o carro do pai; ali, ele deixa de ser o articulador que passa o dia inteiro como um especialista em evitar encrenca, para finalmente se tornar disposto a enfrentar um  problema de “gente grande” e salvar a vida de seu amigo. Ainda que Cameron tenha decido enfrentar o pai, a atitude de Ferris foi digna de uma grande amizade.

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“Não apoio o fascismo, ou qualquer outro “ismo”. Na minha opinião, os “ismos” não prestam. Não se deve acreditar neles, mas sim em nós mesmos.”

Aquilo que parecia uma ideia tola para os executivos da Paramount, acabou se tornando um dos maiores ícones da cultura pop mundial, divertindo jovens e adultos, até hoje. A obra de John Hughes é atemporal graças ao carisma desse jovem que tinha ambições além das tarefas escolares. Por seu otimismo otimista, sua necessidade de ser livre, suas estratégias visionárias e seu magnetismo contagiante, é que podemos afirmar com tranquilidade: “Save Ferris”!

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Elaine Timm

Elaine é gaúcha, formada em Jornalismo, atua como social media e curte freelas. Blogueira de várzea, arrisca escritas diversas. Cinéfila, amante dos livros, musical e nerd desde criança, quer ser Jedi, mas ainda é Padawan. Save Ferris.

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